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As coisas, quando analisadas apenas no seu aspecto geográfico e representadas em mapas bidimensionais, adquirem uma importância correspondente a alguns atributos que podem ser representados nesses mapas. Por exemplo, o seu tamanho (quanto maior, mais importante), ou pela sua cor (quanto mais vermelho, mais crítico, por exemplo), ou por sua posição (acima, abaixo) ou proximidade (mais perto, mais longe) e assim por diante. A questão é que existem elementos que não conseguem ter sua importância representada realisticamente apenas pelas características descritas acima.


Isso exige uma nova ótica, que nos auxilie a enxergar esses elementos não só como localizados no espaço geográfico, mas também nas suas relações dinâmicas e de transferência de informação, material e energia entre si, ou em outras palavras,
nos seus “fluxos”.

NOVOS OLHARES

o espaço de fluxos

“Proponho a idéia de que há uma nova forma espacial característica das práticas sociais que dominam e moldam a sociedade em rede: o espaço de fluxos. O espaço de fluxos é a organização material das práticas sociais de tempo compartilhado que funcionam por meio de fluxos. Por fluxos, entendo as seqüências intencionais, repetitivas e programáveis de intercâmbio e interação entre posições fisicamente desarticuladas, mantidas por atores sociais nas estruturas econômica, política e simbólica da sociedade’’.

(CASTELLS, p. 436, 1999).

A importância da inspeção desses fluxos se manifesta quando se analisa uma característica central dos problemas ambientais observados hoje na baía de Sepetiba:
eles surgem de uma intensa superposição de fluxos regionais e globais e das suas interações nocivas com os fluxos locais naturais (água, solo, ar) e de pessoas. Isso se manifesta nas redes de transporte rodoviário, ferroviário e marítimo, na transposição de bacias hidrográficas, nas linhas de transmissão de energia e nos oleodutos e minerodutos, nas novas rotas migratórias dos habitantes permanentes e flutuantes da região, causadas principalmente pela intensificação da dinâmica econômica mais recente.


Naturalmente esses fluxos produzem sua expressão local, que pode ser percebida pelas estruturas em rede estabelecidas na região, uma vez que o espaço geográfico em que toda essa dinâmica ocorre é restrito, tais fluxos tendem a gerar interferências entre si. Ocorre que a racionalidade dos sistemas locais, geralmente associada aos fluxos e redes naturais locais (como a hidrografia, o solo e o microclima), ou as redes de infraestrutura locais (como as de transporte, de saúde e de educação) não é necessariamente a mesma da lógica desses sistemas de escala maior, mais “globais”. Surgem então conflitos entre as racionalidades locais e as globais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No espaço de fluxos, uma vez que sua estrutura é baseada em redes, o que importa realmente é a sua conectividade, ou seja, a maneira como os diversos elementos que participam desses fluxos se conectam entre si.


A determinação dessas redes de relações orientou primeiramente os estudos de Diagnóstico do PDS-Sepetiba, servindo posteriormente como estrutura para a concepção dos Cenários e Propostas. Enquanto que nos estudos de Diagnóstico as redes foram descobertas e seus padrões de conexidade estabelecidos, nas projeções dos Cenários essas relações foram rearranjadas, os padrões de conexidade refeitos, tendo por base as premissas articuladas em cada um dos cenários.


As Propostas do PDS Sepetiba acessam as redes de relações de forma estratégica a fim de minimizar os conflitos mapeados e potencializar conexões sinérgicas.

* O conteúdo desta página é discutido em detalhes no P07 – Diagnóstico Consolidado & P08 - Concepção Geral de uma Estratégia Robusta.

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